Os fatos
que de fato aconteceram, nem os próprios envolvidos, talvez possam dizer com
propriedade, toda a verdade.
Pois de fato se esqueceram do ato, se apegaram às vagas lembranças
e às histórias por outros contados.
Contadas inúmeras
vezes, que lhes tiraram a capacidade de dizer a verdade, não mais que a
verdade, somente a dura, fria e crua verdade.
Existe
verdade em algo não registrado, somente contado?
E mesmo nos
registros, se forem eles fotográficos,talvez o ambiente seja armado, sorrisos
sejam forçados e sentimentos não tão verdadeiros sejam colocados.
E nos registros filmados, será que o filme foi
adulterado?
Talvez nos
registros escritos. Mas se esqueceram de uma vírgula, talvez todo o quadro tenha sido mudado.
Talvez a
verdade seja dita apenas uma vez. E todas as outras histórias,estejam cheias de
flores, bordas, recheios.
Mesmo
aquilo que parece destruidor, pode começar a se tornar belo.
E aquilo
que era de infinita beleza, colocado na boca e língua de pessoas impuras, de
corações orgulhosos, egoístas, sujo, possa se tornar o pior dos mundos, o
inferno na terra.
Palavras
são perigosas, distorcem, constroem , destroem.
Temos o
poder na língua e em tantos outros meios.
Não mais em canetas, mas em teclados. Não apenas no boca a
boca, mas em noticiários.
Ferramentas
inúmeras para dizer qualquer coisa, seja verdade, seja mentira, seja a mistura
do que for.
Fatos,
atos, registros, contos, notícias...
Em que, em
quem, quando, porque acreditar?
Verdades,
mentiras, todos podem contar!
Diferenciar
uma da outra com certeza é o maior desafio.
Ser
verdadeiro o tempo inteiro, contar os fatos como eles aconteceram.
Contar
repetidamente, sem mudar uma vírgula. Lembrar de tudo, todo o tempo.
Quem fez, quem faz isso?
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