sábado, 18 de junho de 2016

FATOS - PROSAS POÉTICAS E AFINS

Os fatos que de fato aconteceram, nem os próprios envolvidos, talvez possam dizer com propriedade, toda a verdade

Pois de fato se esqueceram do ato, se apegaram às vagas lembranças e às histórias por outros contados.

Contadas inúmeras vezes, que lhes tiraram a capacidade de dizer a verdade, não mais que a verdade, somente a dura, fria e crua verdade.

Existe verdade em algo não registrado, somente contado?

E mesmo nos registros, se forem eles fotográficos,talvez o ambiente seja armado, sorrisos sejam forçados e sentimentos não tão verdadeiros sejam colocados.

E  nos registros filmados, será que o filme foi adulterado?

Talvez nos registros escritos. Mas se esqueceram de uma vírgula, talvez  todo o quadro tenha sido mudado.

Talvez a verdade seja dita apenas uma vez. E todas as outras histórias,estejam cheias de flores, bordas, recheios.

Mesmo aquilo que parece destruidor, pode começar a se tornar belo.

E aquilo que era de infinita beleza, colocado na boca e língua de pessoas impuras, de corações orgulhosos, egoístas, sujo, possa se tornar o pior dos mundos, o inferno na terra.

Palavras são perigosas, distorcem, constroem , destroem.

Temos o poder na língua e em tantos outros meios. 

Não mais em canetas, mas em teclados. Não apenas no boca a boca, mas em noticiários.

Ferramentas inúmeras para dizer qualquer coisa, seja verdade, seja mentira, seja a mistura do que for.

Fatos, atos, registros, contos, notícias...

Em que, em quem, quando, porque acreditar?

Verdades, mentiras, todos podem contar!

Diferenciar uma da outra com certeza é o maior desafio.

Ser verdadeiro o tempo inteiro, contar os fatos como eles aconteceram. 
Contar repetidamente, sem mudar uma vírgula. Lembrar de tudo, todo o tempo. 

Quem fez, quem faz isso?

terça-feira, 14 de junho de 2016

OBJETOS DENOMINADOS PARTE I

Seus livros

Tenho vários livros, assim como você.

Li todos...

Mentira! Assim como você, li alguns, folheei outros, emprestei aos poucos, desisti de muitos, mas menos ainda, presenteei .

Sinto que me apego a eles. Mesmo que não os queira mais, nem sempre tenho coragem de descartá-los.

As vezes eu os espalho também.

Tenho um no carro, um na bolsa, alguns na cabeceira da cama, outros na sala e muitos na estante, entre os quartos.

Mas eu não faço como você, ou talvez eu faça...

Entenda, pessoas não são como livros. Folhear apenas? Talvez esse não seja o melhor método de levar a vida. Ou talvez seja.

Desistir dos livros pela capa? Talvez seja apropriado, mas a maioria das vezes não.

Ler o fim antes do começo? Ja fiz isso, mas li todo o restante depois, você não.

Me arrependi de alguns  que comprei, li novamente alguns que amei.

Creio que seus livros estejam um pouco mais bagunçados do que os meus. E sei que você já leu infinitamente mais do que eu.

Com certeza, nesse momento, você está lendo algum deles. E me pergunto: esse livro tem o conteúdo que você precisa para ir até o fim ou pelo menos, para realmente conhecer sua história?

Tem livro que é preciosidade, não se encontra em qualquer lugar. Cuide daqueles que a tiragem pode ser única.


Boa leitura!