quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Tempo - Prosas poéticas - Todos os dias

Todos os dias

Te amarei por todos os dias. Me dedicarei a você todos os dias, serei fiel, apaixonada, serei justa, serei tua, todos os dias!

Todos os dias serei grata por estar comigo, me fazendo feliz, me deixando te completar.

Farei promessas de amor todos os dias e vou cumprir por todos os dias.

Isso tudo que vejo que viverei, todos os dias, me faz querer ainda mais viver por dias e dias ao teu lado.

Mas por um momento percebo o quanto tenho medo dessa eternidade de dias. Quando me pergunto : quantos dias cabem em todos os dias?

Essa resposta você nunca me deu.

Seu amor eterno pode ser tão passageiro como o verão, ainda sim, por todos os dias lembrarei da intensidade dessa paixão.

Meu amor eterno pode durar até amanhã, quando acordar ao seu lado e perceber que seus olhos já não estão nas promessas, apenas estão nesse dia, que faz parte de todos aqueles, de todos aqueles dias incríveis, que deveriam ser eternos, e que foram até hoje, onde todos os dias terminam.

Ontem, hoje, amanhã, todos os dias numa eternidade confusa, de sentimentos difusos, que nem o tempo, possuidor de dias infindos e findos, tem a capacidade de discenir ou explicar. Culpado por aproximar, através das palavras, pessoas numa distância incalculável. Culpado por aproximar os corações e as paixões. Sim, sempre há um culpado. Talvez neste caso tenha sido o tempo, ou talvez, as palavras. O destino está nesta lista, mas se nem o tempo puder explicar, é certo que eu também não poderei.


Todos os dias penso, me indago, me entrego.

Elaine Barbosa

domingo, 8 de outubro de 2017

Awakening - Tempo de despertar

Já acordou e não se espreguiçou?

É muito estranho, é como se faltasse algo extremamente importante para realmente acordar e levantar da cama. Mas você pode não achar isso, por que nunca foi impedido de levantar os braços. 
É assim, só percebemos o quanto coisas muito simples e pequenas são importantes, quando nos privam delas.

Aproveitando o mês de Outubro, que muitos colocam laços rosas em seus perfis, fazem fotos, dizem que apoiam a campanha da luta contra o câncer, que participam de corridas do Outubro Rosa, quero contar novamente um pouco da minha história. 

E porque contar hoje, e porque contar de novo? 

Há uma hora eu estava lavando o banheiro da minha casa e pensando: quanto trabalho ainda tenho que fazer, a casa não para limpa, queria alguém para me ajudar e etc... E derrepente comecei a lembrar do filme que acabara de ver : Awakening  - Tempo de despertar. 

Um filme baseado em fatos reais, que tem nada mais, nada menos, que Robert De Niro e o falecido Robin Williams juntos.

É um filme de 1990, que conta a história de um neurologista que em 1969, vai trabalhar num  hospital no Bronx, com pacientes aparentemente catatônicos. Esse neurologista, Dr Sayer, sente que se eles forem medicados de maneira correta, serão despertados, porque para ele, eles estão apenas adormecidos.

Naquele momento o que há de medicamento, que ele acredita ser a fonte de cura, é um medicamento para o mal de parkinson. Como toda droga recém lançada, é muita cara, mas ele consegue o investimento para tratar, fazer um teste  num paciente.

No primeiro momento esse paciente tem resultados incríveis, e ele realmente desperta, ele volta a viver. No entanto, com o passar do tempo, vem as reações medicamentosas. Enfim, contei um pouquinho para vocês, mas vale a pena ver as duas horas de filme. Afinal, são atores que merecem respeito pelo trabalho maravilhoso, que há anos vemos em nossas casas. Robin Williams havia sido indicado no ano anterior, a melhor ator em Sociedade dos Poetas Mortos e em Awakening, foi De Niro a indicação de melhor ator. Nenhum dos dois ganharam o Oscar, mas eu daria. 

E porque falar de filme, outubro rosa, despertar e etc...?

Sou atriz, no momento não estou atuando, mas eu vivo esse despertar. Eu sei o que é estar viva todos os dias e valorizo cada minuto que tenho. E quando vi esse filme, chorei de ver esses atores trabalhando, dando vida , uma vida incrível aqueles personagens.

Eu tive câncer de mama. Eu fiquei dependendo de pessoas para me levantar da cama, para ir ao banheiro, para tomar um café.  Quis vários dias levantar meus braços e me espreguiçar. Algo simples, algo comum e natural, mas eu não podia! Queria apenas levantar da minha cama sozinha, mas eu não podia! Mas eu acreditava todos os dias que aquilo tudo logo iria passar. 
Eu não perdi a fé em Deus, eu não perdi a fé na vida e nem em mim.

E para o que contar essas histórias?

Eu não posso despertar você, caro leitor, eu só posso incomodá-lo com a minha história. Eu só posso dizer a você que vale a pena viver, mas viver em abundância, uma vida de verdade, uma vida com intensidade. Vale a pena crer que existe um Pai Celestial que cuida da sua e da minha vida e que Ele não nos permitiu estar aqui por acaso. Existe um propósito maior e lindo da nossa existência, nesse tempo. 

Abra os olhos hoje para a vida, abrace alguém como nunca abraçou, corra com seu cachorro pelo gramado, role com seu filho pelo chão. Sabe aquelas coisas simples, que você nem percebe que faz, como por exemplo ter total controle e condição de escovar os dentes? Seja grato por isso, seja grato pela vida! Mesmo que você acredite em reencarnação, este tempo é único, nunca mais voltará. Acredite!



sábado, 2 de julho de 2016

O TEMPO - PROSAS POÉTICAS


O tempo é amigo, ou não?


Ele é amigo e inimigo permanente.

É possível dizer que é um dos mais desobedientes.


As vezes, quando a gente pede para ele parar, ele corre.

Quando pedimos para ele correr, ele para.

As vezes pedimos ao tempo, que só dê mais um tempo. 

Mas ele tem compromisso com ele mesmo. Não com o nosso tempo.

É difícil de entender propriamente, o que significa uma hora, o que dizem ser sessenta minutos, ou até mesmo, um minuto.

As vezes um minuto pode parecer uma eternidade, como dois dias, podem passar em um segundo, e a gente nem percebe.

O tempo tem suas próprias prioridades. 

Talvez um dia, possamos entender qual é a medida exata do tempo.

Mas as confusões nao param por aí.

É só pensar quantas vezes já ouvimos as pessoas dizerem:  Dê tempo ao tempo, tudo é questão de paciência!

Aí percebemos que a paciência é muito mais amiga e íntima do tempo, do que dos nossos sentimentos.

Dos nossos sentimentos quem fica mais próximo é a turbulência e o caos.

E nesse momento, o tempo mostra-se  tão demorado...

Então para a paciência o tempo é rápido, mas para turbulência ele é bem devagar.

São confusões que a própria mente dificilmente conseguirá compreender.

Esse  tempo que tem tempo e vida própria, não pertence a mim e a você.

Sabemos que existem cursos infinitos de qualidade do tempo, organização do tempo.

Sim, eles funcionam! Profissionalmente!

Mas quando envolve o coração, o tempo subjulga a nossa mente.

A nossa inteligência fica num lugar, perdida, esperando o tempo resolver. 

De forma que, só ele sabe o quando, como e o porquê.

Eu não quero mais entender o tempo. Eu não sei você.

Mas eu só queria, que ele fosse mais meu amigo, do que o caos tem sido.

Pois a medida que tentamos compreender o que o tempo quer de nós, perdemos o que temos de mais precioso...Esse louco, findo e infinito tempo!  




sábado, 18 de junho de 2016

FATOS - PROSAS POÉTICAS E AFINS

Os fatos que de fato aconteceram, nem os próprios envolvidos, talvez possam dizer com propriedade, toda a verdade

Pois de fato se esqueceram do ato, se apegaram às vagas lembranças e às histórias por outros contados.

Contadas inúmeras vezes, que lhes tiraram a capacidade de dizer a verdade, não mais que a verdade, somente a dura, fria e crua verdade.

Existe verdade em algo não registrado, somente contado?

E mesmo nos registros, se forem eles fotográficos,talvez o ambiente seja armado, sorrisos sejam forçados e sentimentos não tão verdadeiros sejam colocados.

E  nos registros filmados, será que o filme foi adulterado?

Talvez nos registros escritos. Mas se esqueceram de uma vírgula, talvez  todo o quadro tenha sido mudado.

Talvez a verdade seja dita apenas uma vez. E todas as outras histórias,estejam cheias de flores, bordas, recheios.

Mesmo aquilo que parece destruidor, pode começar a se tornar belo.

E aquilo que era de infinita beleza, colocado na boca e língua de pessoas impuras, de corações orgulhosos, egoístas, sujo, possa se tornar o pior dos mundos, o inferno na terra.

Palavras são perigosas, distorcem, constroem , destroem.

Temos o poder na língua e em tantos outros meios. 

Não mais em canetas, mas em teclados. Não apenas no boca a boca, mas em noticiários.

Ferramentas inúmeras para dizer qualquer coisa, seja verdade, seja mentira, seja a mistura do que for.

Fatos, atos, registros, contos, notícias...

Em que, em quem, quando, porque acreditar?

Verdades, mentiras, todos podem contar!

Diferenciar uma da outra com certeza é o maior desafio.

Ser verdadeiro o tempo inteiro, contar os fatos como eles aconteceram. 
Contar repetidamente, sem mudar uma vírgula. Lembrar de tudo, todo o tempo. 

Quem fez, quem faz isso?

terça-feira, 14 de junho de 2016

OBJETOS DENOMINADOS PARTE I

Seus livros

Tenho vários livros, assim como você.

Li todos...

Mentira! Assim como você, li alguns, folheei outros, emprestei aos poucos, desisti de muitos, mas menos ainda, presenteei .

Sinto que me apego a eles. Mesmo que não os queira mais, nem sempre tenho coragem de descartá-los.

As vezes eu os espalho também.

Tenho um no carro, um na bolsa, alguns na cabeceira da cama, outros na sala e muitos na estante, entre os quartos.

Mas eu não faço como você, ou talvez eu faça...

Entenda, pessoas não são como livros. Folhear apenas? Talvez esse não seja o melhor método de levar a vida. Ou talvez seja.

Desistir dos livros pela capa? Talvez seja apropriado, mas a maioria das vezes não.

Ler o fim antes do começo? Ja fiz isso, mas li todo o restante depois, você não.

Me arrependi de alguns  que comprei, li novamente alguns que amei.

Creio que seus livros estejam um pouco mais bagunçados do que os meus. E sei que você já leu infinitamente mais do que eu.

Com certeza, nesse momento, você está lendo algum deles. E me pergunto: esse livro tem o conteúdo que você precisa para ir até o fim ou pelo menos, para realmente conhecer sua história?

Tem livro que é preciosidade, não se encontra em qualquer lugar. Cuide daqueles que a tiragem pode ser única.


Boa leitura!

domingo, 15 de maio de 2016

OS LUGARES DENOMINADOS - PARTE I

Sofá

Dizem por aí, que sofás são confortáveis.

Os gatos adoram, se espalham, se embolam. Arranham e destroem com a mesma facilidade e alegria. 

Aquela alegria que faz com que eles se estiquem, pedindo carinho na barriga e cafuné no cangote.

Talvez os sofás tenham sido feito para eles.

Algumas vezes, colocamos pessoas para dormir no sofá.  E perguntamos no dia seguinte, se dormiram bem.

E as pessoas respondem, com um rosto de leve felicidade, que sim. A noite foi boa!

Boa para quem dormiu no outro espaço. Um espaço chamado cama. Que aliás é perfeito para dormir!

Ninguém sabe a sensação de dormir num sofá, até ser colocado nele.

Os cochilos em frente a TV, são bem diferentes da noite inteira, neste espaço suficiente para os gatos.

Mas até os gatos preferem as camas, os cobertores quentinhos e o corpo de um humano para  lhe aquecer.

Gatos sabem o que é bom. Escolhem certo, sem dúvidas.


Humanos desperdiçam espaços, gatos e camas.

terça-feira, 3 de maio de 2016

Prosas Poéticas e afins

Som e luz

Sons do carro, sons do mato, sons emitidos pelo miado do gato

Sons da chuva, portas batendo, crianças correndo

Tudo isso acelera o meu peito, acreditando que a luz irá se acender em minha janela.

O raio de luz que não chega , me fazendo sentir o frio da espera

Frio  que vem , através do vento, sacudindo as cortinas, congelando as extremidades do meu corpo.

Com pantufas nos pés, como criança querendo um colo para se aquecer,

Assim estou eu, aqui sem você.

Volta logo, traz um pouco de calor, 

Aquece meus pés e a minha alma.

Tira do meu peito as batidas da espera e o faz acelerar com seus beijos

O raio de luz neste momento não se faz mais necessário 

Pois com minhas mäos poderei ver você

Os sons que quero ouvir são da tua voz ou da falta dela

E lá fora o que acontece?

Há crianças , há carros, há gatos?

Não importa mais, nem frio, nem vento

Se tudo isso acontecer, acabou o meu tormento.